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3. O Amante - Textos publicados na Folha

Sganzerla dirige peça e apresenta novo filme

(publicado em 06/10/1999)

ANDRÉ RODRIGUES
especial para a Folha

Em agosto de 97, quando descobriu que João Acácio Pereira da Costa, o Bandido da Luz Vermelha, seria libertado, o cineasta Rogério Sganzerla pensou em colocar uma pequena equipe de filmagem dentro de uma kombi. Queria continuar a história que imortalizou em 68, quando dirigiu "O Bandido da Luz Vermelha", um clássico do cinema nacional.

Não conseguiu verba. "Em qualquer lugar do mundo os produtores iriam adorar a segunda parte de uma trajetória como a de Acácio", diz.

Cansado do que chama de "desprezo pela informação e pela inteligência", o diretor finaliza no próximo mês "Sob o Signo do Caos", filme que rodou em duas semanas em meados de 95 e que estava na gaveta. É a minha resposta ao abuso de autoridade dos burocratas que comandam as artes no Brasil", diz.

Além disso, ele dirige a mulher, Helena Ignez, e a filha Djin na peça "Savannah Bay", de Marguerite Duras, com estréia prevista para hoje no Sesc Belenzinho (leia texto abaixo), em São Paulo. As duas também estão no elenco do novo filme.

"Filmei as sequências há quatro anos como um exercício, para mostrar que é possível fazer cinema de qualidade no Brasil e gastar pouco. O filme é uma fábula. Mostra a atuação de uma quadrilha de carregadores de malas no Rio de Janeiro dos anos 40, mas não é um filme de época", diz Sganzerla, que prega o movimento BBB (Bom, Bonito e Barato) para resolver parte dos problemas de produção do cinema brasileiro.

Muito antes do desmanche cultural patrocinado pela era Collor, Sganzerla realizou filmes de baixo custo na Boca do Lixo de São Paulo e depois no Rio, quando montou a produtora Belair, com Julio Bressane.

Enquanto aguarda por espaço para exibir seu petardo contra os burocratas, o diretor sonha em retomar a história do Bandido da Luz Vermelha.

"Sob o Signo do Caos" custou cerca de R$ 800 mil, foi filmado em preto-e-branco e em cores e tem Camila Pitanga no elenco. Mesmo sendo feito sob as regras BBB, pelo menos em um aspecto o filme se encaixa na atual produção nacional: ainda não tem distribuidor ou data para estrear.

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