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2. O Nome da Rosa - Textos publicados na Folha
Tabucchi polemiza com Eco
(publicado em 19/04/1998)
Da Redação
Uma polêmica está dividindo a cena cultural italiana. Em meados de 1997, Adriano Sofri, jornalista e ex-líder do movimento revolucionário "A Luta Continua", foi condenado a 22 anos de prisão por ações terroristas praticadas nos anos 70. A condenação de Sofri acabou separando os intelectuais italianos em dois campos: os que saíram abertamente em defesa do jornalista e os que preferiram não contestar a decisão das autoridades. Antonio Tabucchi e Umberto Eco, dois dos mais importantes escritores da atualidade, tomaram posições antagônicas nesse que tem sido considerado "um novo caso Dreyfus", segundo o jornal argentino "Pagina 12". Tabucchi publicou recentemente na França o livro "A Gastrite de Platão", em que questiona o papel dos intelectuais nas sociedades de hoje.
Para Eco, a capacidade de intervenção dos intelectuais na vida pública é limitada. Em artigo publicado há alguns meses --"O Primeiro Dever dos Intelectuais - Estar Calados Quando Não Servem para Nada"--, Eco sustentava que, quando uma casa pega fogo, a única atitude sensata de um intelectual é chamar os bombeiros. Além disso, dizia Eco, não adianta um intelectual tentar dobrar as autoridades, porque são infensas à palavra escrita.
Indignado com essa postura, Tabucchi resolveu rebater as teses de Eco, reivindicando para os intelectuais a tarefa histórica de atuar e intervir nas questões públicas. O alvo do ataque era sobretudo um certo absenteísmo típico da "intelligentsia" italiana --mas não só da italiana. No livro recém-publicado, Tabucchi volta à carga e acusa de "burla engenhosa" o exercício intelectual fundado na retórica, que dilui os problemas num formalismo estéril.
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