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25. No Caminho de Swann

Ruiz redescobre o tempo de Proust

(publicado em 09/07/1999)

SÉRGIO RIZZO

Um dos maiores patrimônios literários franceses, a obra de Marcel Proust (1871-1922) virou terra de estrangeiros no cinema. Primeiro, o inglês Harold Pinter escreveu um roteiro (jamais filmado, mas publicado em 1977) para o americano Joseph Losey. Depois, o alemão Volker Schlondorff dirigiu "Um Amor de Swann" (84), co-escrito pelo inglês Peter Brook.

Coube agora ao chileno Raoul Ruiz adaptar "O Tempo Redescoberto", o último dos sete volumes de "Em Busca do Tempo Perdido" (escrito, no entanto, logo depois do primeiro, "No Caminho de Swann"). No livro, o já quarentão Marcel volta-se novamente para episódios da infância, ainda muito vívidos.

O fluxo não-linear da memória, que torna passado e presente simultâneos, ganha de Ruiz uma transposição inteligente e cuidadosa, bem fotografada pelo argentino Ricardo Aronovich (que fez também "Providence", de Alain Resnais, outro jogo de memória). O filme é lento e às vezes aborrece, mas as reclamações devem ser feitas ao próprio Marcel Proust.

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