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24. Memórias de Adriano
Leia o texto da contracapa do livro
JOÃO BATISTA NATALI
da Folha de S.Paulo
Há imperadores romanos com biografias dignas de ser escritas e muitas formas de biografar qualquer um deles. Mas Marguerite Yourcenar, ao se aproximar de Adriano,
o fez de forma delicada, na primeira pessoa, encarnando o personagem histórico e envolvendo-o com um novelo belo e preciso de palavras de ficção.
Memórias de Adriano não é apenas a simulação de uma autobiografia. É também, talvez, a mais bem-sucedida iniciativa do gênero na história da literatura. Adriano deixa de ser o pretexto para uma liberdade poética: Yourcenar não o inventa, ela o recria por meio de uma linguagem que não trai em momento algum a história de Roma ou a vida pessoal de um de seus dignatários.
Personagem real e pretexto para um narrador fictício, o imperador de Yourcenar tem como foco pontos diferenciados num grande horizonte. No horizonte político, discorre sobre o abandono do expansionismo belicoso do antecessor, Trajano, e sobre a consolidação das fronteiras do Império.
No horizonte cultural, sua paixão compulsiva pela herança helênica, sua obsessão em deixar sua marca no desenho das cidades e nos monumentos que as enfeitariam. E, por fim, no horizonte amoroso, seu apego homoerótico por jovens favoritos e as intensas paixões que eles sucessivamente despertaram.
O Adriano de verdade viveu há 19 séculos. Yourcenar estava entre nós até bem menos que isso. Temos hoje, como produto, o precioso encontro entre eles.
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