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30. Quase Memória

Contracapa

NELSON DE SÁ
Editor da Folha/"Ilustrada"

O quase-romance de Carlos Heitor Cony transporta o leitor para um outro mundo, "um mundo que acabou", nas palavras de seu autor. O mundo de seu pai, jornalista como ele, mas de um tempo perdido; do Rio capital federal, do compadrio despudorado, não da violência. Do dia-a-dia indulgente.

Na elegia ao pai que é Quase Memória, o protagonista Ernesto Cony Filho é o corpo e o espírito da época. Sonha alto, dorme prometendo grandes feitos "amanhã". E o que faz é atolar-se nos próprios sonhos, desfazer-se deles, criar outros e outros. É uma figura quixotesca, patética, no relato quase cruel do filho, mas por isso mesmo fascinante.

Se foi assim ou não, o quanto há de "memória" na fantasia que é Quase Memória são perguntas que interessam pouco, na leitura emocionante deste livro. Com o seguir das páginas, quase não há mais Cony pai, tampouco Cony filho. É o leitor que se vê conduzido, tomado pela nostalgia.

Foi o primeiro romance ou "quase" de Carlos Heitor Cony em mais de duas décadas. Para quem o tem como uma companhia cotidiana, em suas crônicas de jornal e rádio, Quase Memória é como um mergulho profundo, que o torna ainda mais próximo --e revela o quanto é singular.

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Lançado: 21/12


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